sexta-feira, 21 de junho de 2013

Catarata: a névoa branca que dificulta a visão

De acordo com a última pesquisa da Organização Mundial da Saúde, realizada em 2010, a catarata é a doença ocular responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo. Embora as pessoas com maior predisposição para adquirir a enfermidade sejam os idosos, os indivíduos que sofreram traumas oculares e inflamações intra-oculares também podem desenvolver catarata. O diabetes e o uso indiscriminado de colírios estão incluídos na lista de fatores de risco. Em alguns casos, a criança pode nascer com o problema. Geralmente, quando a mãe teve rubéola ou toxoplasmose durante a gravidez.

A catarata provoca a opacidade do cristalino, deixando-o esbranquiçado. O cristalino é uma lente transparente que está localizada atrás da íris. A íris possui o formato circular, com os pigmentos que dão cor ao olho, e também um orifício central chamado pupila. A pupila permite a entrada de luz. Logo, os raios luminosos que entram pela íris passam pelo cristalino. A função desta lente natural é direcionar a luz até a mácula, situada na retina. A retina, por sua vez, possui neurônios capazes de captar os estímulos luminosos. Eles são enviados pelo nervo óptico até o cérebro, aonde a imagem será compreendida.

Estrutura do Globo Ocular Humano
Origem da foto: Ficheiro Wikipédia
Portanto, a catarata dificulta a passagem de luz pelo olho humano. Como os raios luminosos não chegam à retina da forma correta, a pessoa não enxerga claramente o que vê. Em entrevista para o Doutor Dráuzio Varella, a médica e também coordenadora do Setor de Catarata do Departamento de Oftalmologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Amaryllis Avakian, exemplifica a sensação. “No início, a pessoa vê como se os óculos estivessem embaçados, como se houvesse uma névoa diante de seus olhos”, conta.

Simulação da visão com catarata e da focalização dos raios luminosos na mácula.
Crédito da Foto: Site Instituto de Olhos Renato Ambrósio.
A doença só pode ser diagnosticada por oftalmologista profissional. O tratamento depende de cirurgia. A operação é simples e rápida. Consiste em substituir o cristalino atingido pela catarata por uma lente artificial. Ela possui medidas específicas de acordo com cada pessoa. A técnica empregada, atualmente, chama-se facoemulsificação. Segundo a Dr. Amaryllis, a anestesia local pode ser ministrada por meio de injeção ou de colírios.

O pós-operatório exige cuidados como em qualquer intervenção. Depois de operado, o paciente sai da sala de cirurgia com um tampão no olho. Dessa forma, evitam-se possíveis problemas. A médica aponta que a porcentagem de pacientes com complicação após a cirurgia é pequena: menos de 1%. No entanto, é preciso estar atento. “O contato com o ambiente externo aumenta o risco de infecção e, conseqüentemente, o risco de cegueira”, alerta a especialista. 

Postado por Fabricia B.

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